mardi 5 août 2008

Acerca de "Un amor conquistado" por Elizabeth Badinter


O estudo do livro foi de grande auxílio ao meu aprendizado, pois me forneceu conhecimentos sob uma percepção e linha de raciocínio que até então não me era acessível.

A autora considera o amor materno um mito e mostra justificativas racionais para o comportamento das pessoas ao longo da história. É uma visão científica da evolução dos laços familiares, baseando-se em ampla pesquisa e conhecimento de causa. Há uma desnaturalização dos fatos.

A concepção de mãe não é propriedade de uma mulher. Ser mãe é um desejo da mulher como sujeito. A mãe é uma personagem relativa e tridimensional que só existe na relação. Relação de esposa com o homem, de mãe com a criança e de mulher com ela mesma. A família é uma instituição social, não um fato exclusivamente de mulher. A regência da família pela sociedade se sobrepõe sobre a vivência subjetiva. A convivência é o que mais importa para o conhecimento de censo comum.

Em ciência, é preciso indicar o real: criar filhos dá trabalho. O tratamento dado ao filho depende do desejo da mulher de ser mãe. Torna-se fundamental notar a diferença entre o criar e o amar. Também é mister analisar o significado de ser mãe para a mulher dentro da sociedade e ao longo de toda a história, assim como a influência que a natureza fora da mulher tem sobre sua mente. O homem idealiza a mulher e exerce sobre ela uma pressão. O corpo de mulher e sua capacidade de conceber uma criança foi a natureza que lhe deu, mas sua mente e sua feminilidade psicológica foi formada a partir de eventos ambientais-sociais.

A pesquisa da autora nessa área ofereceu grande contribuição para a psicologia da mulher, para a compreensão de seu desenvolvimento mental, o entendimento de como os sentimentos sofrem transformações do período feudal para o atual como, por exemplo, a transição do que causava vergonha e passou a causar culpa. Pra quem não leu, fica a dica do livro.