samedi 7 mars 2009

Estudando a virtualidade II



Muito antes do advento comercial da internet, já em 1984, o livro Neouromancer de Willian Gibson, trazia consigo o termo "ciberespaço" (ou cyberspace). Hoje em dia usa-se o termo como sinônimo de internet pelo fato de ser especialmente na rede que a maior parte das características do ciberespaço se manifesta, como realçar os fluxos de informações do mundo inteiro, ultrapassando fronteiras e independentes de latitudes ou longitudes geográficas e em velocidade fascinante. Essa teia que entrelaça as multifontes informacionais através de meios de telecomunicação unida à informática, incluindo meios digitais e analógicos, em funcionamento local, regional ou mundial, ou seja, toda a parafernália - televisão, rádio, celulares, telefones convencionais, etc - que usa a infraestrutura de cabo de cobre, fibra ótica, ondas de satélite ou rádio, organizados em rede tendo seus terminais de comunicação gerenciados por computadores formam o ciberespaço. Este, composto pelo fluxo de meios de comunicação que relaciona os mais diversos de tipos de usuários 'virtuais', que ao contrário do que se diz, não se opõe ao real e sim aponta o que é potencial. "A palavra virtual vem do latim medieval virtuale, significando o que existe como faculdade, porém sem exercício ou efeito atual. Provém daí seu segundo significado como algo suscetível de se realizar; potencial. Na filosofia escolástica é virtual o que existe em potência, não em ato, resultando numa terceira referência à virtual como o que está predeterminado e contém as condições essenciais à sua realização" (Rey, 1998:29)


Como exemplo desse conceito, numa obra de arte como as pinturas do Renascimento Italiano o estudo das leis de projeção óptica realizam o processo de transposição do espaço real (tridimensional) para o espaço virtual (bidimensional). Aqui não se pode deixar de considerar a idéia da Mimésis(representação da realidade) que dominou a criação de imagens por mais de quatro séculos e motivou o surgimento de novas formas de representação da arte - televisão, fotografia, cinema... O virtual nesse exemplo é somente a ilusão de três dimensões causada intencionalmente pela profundidade do campo visual estudado e sugerido pela obra de arte.


Sobre o Ciberespaço, define Gilbertto Prado: "Este poderia ser o lugar, a zona intermediária, o no man´s land onde a tecnologia encontra a rua. Um tipo de estrada consensual experimentada por milhões de operadores conectados - vizinhos virtuais - , cada dia, nesse espaço que eles mesmos criaram, para uma visão simultânea do mundo, inscritos no tempo real da emissão e recepção" (Prado, 1997:43 (2))
No entanto, não se pode dizer que a virtualização seja um desaparecimento ou ilusão. Conforme Lévy, ela é uma dessubstancialização que se inclina na desterritorialização, num efeito Moebius, passando sucessivamente do privado ao público, do interior ao exterior e vice-versa. Como uma abstração da extrema concretude da realidade visível. Lévy afirma não ser um fenômeno recente, pois a espécie humana fora construída por virtualizações - gramaticais, dialéticas e retóricas. O processo virtualizante ocorre com a complementação do que é subjetivo através da influências dos dispositivos técnicos, semióticos e sociais no funcionamento fisiológico e o que é objetivo através dos efeitos dos atos subjetivos na construção do mundo. O real, o possível, o atual e o virtual são complementares e possuem uma dignidade ontológica equivalente" (Lemos, s/d)


A virtualização é necessária no ciberespaço para possibilitar o acesso e a troca de dados nos meios de relacionamentos entre indivíduos através das interfaces, que são intrinsecamente virtuais. Assim, torna-se viável que um objeto real seja representado por meios digitais ilusórios porém que mantém com eficiência suficiente a potencialidade para o objeto virtual ser entendido como se fosse o real original, como a pintura faz.
"A Informação é uma virtualização. Se um acontecimento é retratado pelos media, essa circulação corresponde a uma virtualização do acontecimento, sob a forma da informação. Neste sentido, uma informação não é destruída pelo seu consumo justamente por ser sempre "virtualizante". A utilização/recepção da informação é a sua atualização, já que somos nós que damos sentidos a ela. Nós a atualizamos". (Lemos, s/d)

O ciberespaço atualiza-se a cada dia com inúmeras inovações e facetas utilitárias, crescendo em grande proporção nos últimos anos. Portanto, passou a ser um elemento importante no cotidiano e necessário principalmente para os habitantes urbanos para melhor se adaptar e entender o presente fluxo de informações nas interatividades e integração maior com a linguagem e novos conceitos.

"Das relações do indivíduo com o Ciberespaço surge a cibercultura, que nas artes culmina com a utilização de meios eletrônicos por parte dos artistas, o que podemos chamar de Ciber-arte, cujo exemplos são muitos: a video-arte, arte-robótica, telepresence art, ASCIIart, Tecno-body-art, Web Arte entre outras experiências, como a música eletrônica, sendo hoje atualizada para a música "tecno". A Ciber-arte, desde que surgiu em meados dos anos 70, sempre teve objetivos de conectar artistas de diferentes partes do globo e dar uma maior importância ao processo de criação do que ao produto final ( Lemos, s/d).




O ciberespaço é um só, independente de onde esteja o indivíduo que deseja acessar determinada informação, que também independe do espaço geográfico de onde provém, pois o procedimento é sempre o mesmo. O que o mantém são os interesses em comum e essa trama pra possibilidade de trocas de acessos a dados em todo o mundo, assim como o constante acesso e busca de vínculos de relacionamentos pelos usuários, constituindo, em consequência, comunidades virtuais também.

por: Tania Montandon

referência de leitura:
http://www.fabiofon.com/webartenobrasil/texto_qehwebarte.html
http://www.fabiofon.com/webartenobrasil/texto_ferramentas.html
http://www.fabiofon.com/webartenobrasil/texto_ciberespaco.html
http://www.fabiofon.com/webartenobrasil/texto_arquitetura.html
http://www.fabiofon.com/webartenobrasil/texto_participa.html

8 commentaires:

Alice Daniel a dit…

Um estudo aprofundado e interessante sobre o ciberespaço.

Pensadora a dit…

Gostei do post interessante.
Se puder,visite meu blog.
TE CUIDA!!!
BOA SEMANA PRA TI!

Anonyme a dit…

Opa, gostei da proposta e das referências!

Há outros teóricos como Marco Silva que fazem estudo da virtualidade e da cibercultura mas com enfoque para a educação. Faz um apanhado das idéias de Lévy, Castells e até Baumann e trabalha com vistas para a aplicação deste emaranhado de teorias e possíveis práticas em sala de aula. O problema é que a escola brasileira sequer entrou na era de Gutemberg...

Aliás, MArco Silva utiliza-se do exemplo do Parangolé para explicar e aprofundar em questões do ciberespaço. É bem interessante.

abs!

Anonyme a dit…

Que treta o_o

Erich Pontoldio a dit…

O ciberespaço é algo infinito e definitivo ...

Rosangela A. Santos a dit…

bem informativo .. e um tanto complicado .. rsrsr.. eu achei ..

Abç.

Anonyme a dit…

Só assim p/ que eu leia algo sobre tal assunto, interessante.
Beijinhos!!
http://www.cgfilmes.blogspot.com/

De conversa fiada... a dit…

Nossa, muito bom seu post sobre a internet!!!!

Parabéns!